Sou vegetariano há quase vinte anos (mais precisamente ovo-lacto-vegetariano) e, como todo vegetariano prudente, fico atento ao nível de vitamina B12. Sempre incluo sua dosagem no exame de sangue que faço anualmente. Não vou incluir aqui explicações sobre a importância da B12 e nem sobre as consequências quando seu nível está muito baixo no organismo, pois é muito fácil encontrar informações sobre isso. O grande problema para vegetarianos — e principalmente veganos — é que a vitamina B12 só é encontrada em alimentos de origem animal, tais como carne, peixe, ovos, leite, derivados de leite, etc.
Mesmo consumindo ovos e derivados de leite com bastante frequência, minha taxa de B12 vinha caindo nos últimos anos, chegando em 2016 a atingir o limite considerado mínimo pela medicina para não ter problemas. Aparentemente, nunca cheguei a ter nenhum contratempo por deficiência de B12, mas estes últimos resultados me incomodaram bastante.
Por conta disso, houve uma época em que decidi até comprar comprimidos de B12 e comecei a consumi-los diariamente. Não cheguei a ver se houve algum efeito, pois interrompi o consumo assim que percebi um aumento na incidência de acnes (de novo não — já basta o que passei na adolescência!). Além disso, a ideia de repor B12 via suplemento não me agradava. Adoraria encontrar uma solução natural para o problema.
Em 2017, para minha grande surpresa, houve pela primeira vez um aumento significativo na minha taxa de vitamina B12, atingindo também seu maior valor desde que comecei a medi-la: 326 pg/mL. Assumindo que não houve nenhum erro no laboratório, passei a limpo minha dieta nos meses anteriores ao exame e só consegui identificar uma alteração que pudesse justificar aquele resultado: pão de fermentação natural! Fazia alguns meses que tinha criado meu próprio fermento e vinha assando meus próprios pães, consumindo uma média de 2 fatias por dia.
Pães de fermentação natural costumam ter pelo menos 15% do seu peso só de fermento, que é uma verdadeira sopa de microrganismos, sendo que a vitamina B12 é justamente produzida por bactérias. Mas será que somente o consumo diário de 2 fatias de pão de fermentação natural ao longo de 2 meses teria sido capaz de acrescentar mais de 100pg/mL na minha taxa de vitamina B12? Bom, se isso estiver correto, para um vegetariano como eu, significa a tranquilidade de não estar mais beirando aquele incômodo limite inferior no teste de B12. Para um vegano, pode eventualmente significar uma diminuição na frequência de injeções/comprimidos de B12.
Observem que estou compartilhando aqui uma experiência totalmente pessoal com conclusões igualmente pessoais. Não se trata de um estudo científico com estatísticas comprovadas. Posso muito bem estar enganado, mas fiquei com a nítida sensação de que as peças se encaixaram perfeitamente. De qualquer forma, o novo hábito de produzir e consumir pães de fermentação natural veio para ficar. Ano que vem, espero que a teoria se confirme ao realizar o próximo exame de sangue. Enquanto isso, deixo com vocês a imagem de um dos primeiros pães feitos em casa. Há que se ter muita paciência e usar alguns macetes para conseguir bons resultados em fornos comuns. Por outro lado, hoje em dia é relativamente fácil encontrar esse tipo de pão para comprar — pelo menos em cidades médias/grandes.
E você? Também é vegetariano(a)? Faz exame de vitamina B12 com frequência? Também consome pães de fermentação natural? Deixe sua opinião/relato abaixo.
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