Se
tudo der certo, ou seja, se não eclodir nenhuma nova guerra devastadora, se não desequilibrarmos irreversivelmente os processos
naturais do planeta, se nenhuma inesperada catástrofe de grandes proporções cruzar nossos caminhos,
afinal, como será a sociedade no futuro?
Na épica trilogia de ficção científica “Fundação”, escrita por Isaac Asimov, o personagem Hari
Seldon desenvolveu uma nova ciência denominada psico-história, capaz de prever
o destino de grandes populações com base em diversos parâmetros
sociais, econômicos e históricos. Diante da nova ferramenta, obviamente Hari Seldon
aplica as equações da psico-história para descobrir o futuro da
humanidade, e a partir daí a trama se desenvolve.
Curiosamente,
quando me atrevo a imaginar o futuro da sociedade, volto meu pensamento para o futuro individual de cada pessoa — justamente o que as
equações da psico-história eram incapazes de prever. Só que parto de uma premissa que nem todos aceitam: nem a ciência atual, e nem o
universo futurista de Asimov. Este último, mesmo permeado de todos os elementos
de ficção, era constituído por pessoas exatamente como a ciência nos vê hoje: seres fruto de uma carga genética, influenciados
ao longo da vida pelo ambiente social e cultural, e que saem
definitivamente de cena com o advento da morte.
A
premissa à qual me refiro, diz respeito à gigantesca dimensão espiritual do
ser humano. De acordo com obras como “O
Livro dos Espíritos”, somos espíritos imortais temporariamente
encaixados na matéria em sucessivas encarnações. Tal processo teria como
resultado inexorável nossa evolução, sendo impossível regredir — no
máximo podemos estagnar, ou evoluir muito lentamente. E esta evolução se dá
em nosso caráter, aproximando-nos cada vez mais de virtudes como a
paciência, a tolerância, a compaixão, a lealdade, a honestidade, a
temperança, a solidariedade, o discernimento, a humildade e o amor. Ou seja, de tempos em tempos voltamos ao palco da vida material e aos poucos vamos melhorando.
Ora,
se esta premissa for verdadeira, é de se esperar que pouco a pouco nossa
sociedade incorpore cada vez mais estes valores dos indivíduos em evolução que fazem parte dela. Por outro lado, dado nosso
atual estágio evolutivo, tais mudanças nem sempre aparecem em escala social, e acabamos
passando por altos e baixos: ditadores que subitamente assumem o poder,
novas guerras ou atentados que podem surgir, turbulências e
desigualdades sociais que podem se intensificar, desequilíbrios naturais
por ganância e ignorância... Enfim, toda uma gama de acontecimentos que
podem, sim, culminar com nosso desaparecimento como espécie no planeta (pelo menos no mundo físico).

Observe
agora que, se este cenário lhe agrada — mesmo que discorde das
premissas — parte dele já pode ser vivenciado atualmente. Qualquer um
que tenha algum tempo disponível, por menor que seja, e uma vontade
genuína de ajudar o próximo sem se preocupar com recompensas, pode
escolher um trabalho voluntário para fazer. Inúmeras organizações
oferecem este tipo de oportunidade e precisam de ajuda. Quem já passou
por este tipo de experiência frequentemente relata um bem-estar e uma
satisfação enormes (será porque deram vazão à verdadeira natureza
humana, muitas vezes escondida, e que oxalá florescerá em todo seu esplendor no futuro?). Na sociedade aqui vislumbrada, todos, sem exceção, serão voluntários em tempo integral!
Exercícios
de adivinhação à parte, talvez pouco importe como será a sociedade no
futuro. Importa sim trabalhar para construir a sociedade que desejamos. E mesmo neste sentido, o trabalho voluntário também pode ser uma importante ferramenta.
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